sexta-feira, 4 de março de 2011

Dicionário de Filosofia

Russell, Bertrand

Bertrand Russell - Matemático, lógico e filósofo inglês - enfatizou o caráter libertador da lógica e defendeu pontos de vista neopositivistas e behavioristas. A filosofia russelliana apresenta alguns aspectos determinantes da linguagem, considera as definições de conhecimento e de verdade, envolvendo a relação entre verdade e experiência. Dedicou-se a três grandes áreas de estudo, com a premissa subjacente de que a visão científica do mundo é certamente a visão correta: a teoria do conhecimento, as relações entre lógica e matemática e, finalmente, entre lógica e linguagem. Pertinentes a esse último tema são a filosofia do atomismo lógico - influenciada pelas idéias de seu aluno Ludwig Wittgenstein, de quem mais tarde discordaria - e a chamada teoria das descrições. Em seus Princípios de Matemática, Russell diz que todas as palavras têm significado na acepção de que são símbolos representativos de outra coisa que não eles mesmos: as entidades indicadas pelas palavras. Lógico, filósofo e ativo militante político, Bertrand Russell acreditava que a filosofia deve preparar o terreno para uma ciência pragmática que permitirá ao homem dedicar-se ao aperfeiçoamento do mundo em que vive. Russell chama de dados sensórios o que se aproxima de simples idéias do sentido e se refere diretamente o que está relacionado aos sentidos e aos dados proprioceptivos: percepções e impressões que constituem a experiência. A obra filosófica mais lida de Bertrand Russell é a History of Western Philosophy (1945; História da filosofia ocidental).

Saber

Erudição, sabedoria, experiência da vida, do mundo. Aquilo que se sabe. Só se diz propriamente neste sentido se os conhecimentos em questão forem suficientemente numerosos, sistematizados e elaborados por um trabalho contínuo do espírito. Filosoficamente é a certeza de estar convencido e poder se explicar em toda a sua plenitude uma verdade de ordem diversa daquelas que se atingem por meio da razão. Estado de espírito que conhece; relação do sujeito que pensa com um conteúdo objetivo do pensamento, formulado numa proposição, de que admite a verdade por razões intelectuais e comunicáveis. A Filosofia Clínica usa três campos filosóficos como maneira de Construção do Saber: lógica Formal adaptada à clínica, Esteticidade associada a Somaticidade e Matemática Simbólica. No sentido bem amplo do termo, podemos considerar o estudo metódico e reflexivo do saber, de sua organização, de sua formação, de seu desenvolvimento, de seu funcionamento e de seus produtos intelectuais. Estudo da natureza e dos fundamentos do saber, particularmente de sua validade, de seus limites, de suas condições de produção. Quanto maior a importância do saber, maior a necessidade de dotar o homem de sólidos fundamentos teóricos e critérios de verdade para entendimento daquilo que se deve fazer como habilidade para conseguir os seus fins e ter conhecimentos especiais para compreender os sistemas que necessitamos para a estruturação do pensamento no mundo vivido. Processo de busca, do vivido, em sua forma verdadeira com o propósito de compreender a realidade das coisas assim como existem, não só os conhecimentos, também as artes, a formação do caráter de forma natural e genuinamente humana. Ethos (hábitos) que o faz ser digno e bom tanto como governado quanto como governante. Seu objetivo não é ensinar ofícios, mas sim treinar a liberdade do pensar como o legado deixado de uma geração para outra na sociedade.

Sentimentos

São estados afetivos, ou tendência afetiva geral, por oposição ao conhecimento. Variantes das emoções, das paixões, dos prazeres. Mais especificamente, prazeres, dores, emoções que tem causas morais, e não causas orgânicas imediatas. Estados de alma, ditos também estados psíquicos, decorrentes do sentir. Spinoza fala dos sentimentos passivos como a passagem das paixões às ações, aos atos. Conjunto de emoções e de inclinações altruístas e simpáticas, por oposição ao egoísmo, mas também a idéia de conhecimento intuitivo e imediato, por oposição ao raciocínio. Segundo o existencialismo, o único meio que possuímos para entrar em contato com a existência concreta e vivida, consiste no sentimento ou emoção. Assim é que dos conhecimentos sensíveis se fazem seguir prontamente estados de emotivos, e que podem ser os mais diversos, de satisfação uns, insatisfação outros. Importa não confundir, pois, a sensação com os sentimentos e as emoções decorrentes. Primeiro acontece o conhecimento, com objeto. Depois decorrem os estados conseqüentes, sem novo objeto. Podemos notar, através da critica de Lalande, em seu vocabulário técnico e critico, que o sentido da palavra sentimento se divide em dois grupos. Num grupo está a idéia essencial de estado afetivo e, no outro grupo a idéia de conhecimento imediato; a acepção de opinião, parecer, crença apesar de estar diretamente ligada a um sentido clássico sentire, sententia, tomou, segundo ele, por uma espécie de contágio, alguma coisa dessa conotação.

Sistema

Conjunto de princípios organizados de modo a formar um todo científico ou um corpo de doutrina.

Sofisma

Termo que designa, em filosofia, o argumento que, a partir de premissas verdadeiras, ou assim consideradas, chega a conclusões inadmissíveis, que não pode enganar a ninguém, mas que parece conforme as regras formais do raciocínio e que não se sabe como refutar.

Solipsismo

Doutrina filosófica que afirma ser o eu individual a única realidade e que apresenta pessoas e objetos como representações da subjetividade.

Teorema

Enunciado de uma proposição ou uma propriedade que pode ser demonstrada por um raciocínio lógico a partir de fatos dados ou hipóteses justificáveis incluídos neste enunciado.

Teoria

Sistema ou doutrina que trata dos princípios básicos de uma ciência ou arte.

Termo

É tudo o que se encontra expresso: som, frase, dados escritos, atos mecânicos, como dançar, etc.

Tese

Termo que designa, em filosofia, o princípio imediato do silogismo que serve de base para qualquer demonstração. Na dialética hegeliana, é a afirmação de um conceito que, negado pela antítese, dá origem à síntese.

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